sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Teologia do 'Reino Agora' de Bill Johnson

Em 2 Cronicas 20:37  Eliézer, filho de Dodava de Maressa, profetizou contra Josafá, dizendo: “Por haver feito uma   aliança com Acazias, o Senhor destruirá o que você fez”




Há uma doutrina chamada 'teologia kenosis' (
kenosis theology), que significa que Jesus pôs de parte a sua divindade quando se tornou homem. 

Kenosis é a palavra Grega para "aniquilou-se" ou "esvaziou-se" (emptiness). Assim, a teologia kenosis está baseada numa má interpretação de Filipenses 2:7 onde Paulo diz que Cristo aniquilou-se a si mesmo.

Eu não acredito na ´teologia kenosis', pois sigo a 'teologia hypostatica' (hypostatic theology), ou 'união hypostatica' (hypostatic union).

A teologia descreve a união completa da humanidade e a divindade de Cristo num só, querendo dizer que Jesus era ao mesmo tempo homem completo e Deus completo na terra, desde a sua concepção até à morte.

'Kenosis funcional' diz que Jesus pôs de parte as suas funções, mas 'kenosis ontological' diz que Jesus pôs de parte a sua natureza divina. 

Há teólogos que acham que 'kenosis funcional' não é herética mas que 'kenosis ontological' é herética.

A doutrina de Bill Johnson sobre a Divindade de Cristo baseada na 'teologia kenosis' é muito confusa, pois de um lado os seus seguidores dizem que ele ensina somente 'kenosis funcional', mas de outro lado, Bill Johnson ao dizer que Jesus foi um homem que viveu ungido pelo Espírito Santo, ele põe de parte a natureza divina de Jesus (mostrando que ele crê na kenosis ontological).

Eu acredito que Bill Johnson faz isto intencionalmente, para poder fazer a seguinte afirmação:

"se Jesus fez todos aqueles milagres, sinais e maravilhas como homem ungido pelo Espírito Santo, se nós formos também ungidos pelo Espírito Santo, podemos fazer as mesmas coisas que Ele fez".

E Bill Johnson acrescenta "e não somente isto, nós podemos fazer coisas maiores do que ele fez". Baseando-se em João 14:12

Análise às afirmações de Bill Johnson:

Em minha opinião este ensinamento é uma das maiores heresias que a Igreja já conheceu. E esta heresia tem o alvo de diminuir Cristo, para poder 'glorificar o homem'.

Em primeiro lugar: 

Por causa da confusão que ele faz, quando afirma: "por causa da imposição que Jesus colocou sobre ele próprio, em que sendo Deus, tornou-se homem, ele fez milagres somente pela unção do Espírito Santo e esta mesma unção está disponível para nós, hoje".

Como resultado desta confusão ele também afirma: "se nós formos cheios do Espírito Santo como Jesus - que sendo Deus, tornou-se num homem que viveu na terra cheio do Espírito Santo - nós poderemos fazer  os  mesmos sinais, milagres, prodígios e maravilhas que Jesus fêz na terra.

Depois torna-se completamente herético, quando acrescenta: "e não somente isto, mas nós faremos 'coisas maiores do que Jesus", referindo-se aos sinais, milagres e prodígios que Jesus fez". 

Mas em João 14:12 as 'coisas maiores' não podem estar a referir-se aos sinais, milagres e maravilhas que Jesus fez, porque nunca nenhum crente fez milagres maiores do que Jesus. 

Ele ressucistou os mortos, abriu os olhos aos cegos, curou surdos e mudos, fez andar os paraliticos, expulsou os demónios, acalmou as ondas, multiplicou os pães, andou sobre as águas e transformou a água em vinho.

Nunca ninguém fez milagres tão grandes como esses, nem os seus apóstolos fizeram milagres maiores do que Ele!

Em segundo lugar:

Bill Johnson está obviamente errado quando faz a seguinte afirmação: 

J"quando Cristo morreu na cruz, Ele levou sobre si toda as maldições e derrotou Satanás para que nós alcancemos nesta vida: prosperidade, bem-estar, autoridade, poder, saúde, riqueza, felicidade e alegria".

Uma leitura cuidadosa da Biblia indica o contrário. Simplesmente a Biblia nunca manda os crentes dominarem a Terra, até porque isto nunca irá acontecer, de toda a maneira.  

Nunca vemos que o propósito da Igreja entre a primeira e a segunda vinda de Cristo seja o de dominar a Terra, mas de IR com sacrificio e pregar o Evangelho a toda a criatura. 

No entanto, nós sabemos que quando uma nação é atingida pelo Evangelho, isto irá trazer justiça, liberdade, saúde e riqueza, mas não significa que os crentes não soferão mais, ou nunca mais ficarão doentes e pobres.

Não significa também que os crentes - a Igreja - irão dominar a estruturas terrenas sociais e políticas 'Agora', segundo ensina a Teologia de Dominio e a Teologia do Reino 'Agora'.

Afinal, quando aprofundamos bem a Teologia de Domínio ou do Reino 'Agora',  acabamos por ver que estas teologias têm uma ideologia sociopolítica muito forte.

Porque ensinam que a cristianização do mundo inclui o dominio social e politico e económico das nações e alguns acreditam mesmo no estabelecimento de uma espécie de governo teocrático, antes que Jesus volte.

Estado teocrático é uma nação que possui um sistema de governo que se submete às normas de uma religião específica. As regras que gerem as ações políticas, jurídicas, de conduta moral e ética, além da força policial deste modelo de governo estão baseadas em doutrinas religiosas.


Se alguém quiser vir após mim..


A Teologia sobre a Grande Comissão que envolve o sacríficio dos crentes e a negação das coisas deste mundo, em favor da evangelização dos perdidos, acabam por se tornarem secundárias nestas teologias do "Reino Agora", pois o objectivo social, político e económico de dominar o mundo Agora torna-se o mais proeminente.

Lucas 9:23-24 Jesus dizia a todos: "Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a vida por minha causa, este a salvará".

Aliás, podemos perguntar:

Qual é a nação neste mundo que podemos dizer que é cristã?

Mesmo nas nações de tradição cristã, qual é a percentagem de crentes 'nascidos de novo'?

Qual é a percentagem de cristãos 'nascidos de novo' nos países árabes?

Então, embora nós vemos na Bíblia que Deus abençoa materialmente uma nação que se volta para Ele, a maior parte das bençãos que encontramos no Novo Testamento tem uma conotação espiritual e está ligada a uma pequena percentagem de pessoas no mundo.

Nós vamos ser sempre a 'minoria'! A nossa tarefa não é 'dominar' mas sim 'evangelizar' o mundo!

Por final, esta ideia central da Teologia do "Reino Agora" de Bill Johnson, coloca em questão todas as doutrinas bíblicas que ensinam a possibilidade dos crentes conhecerem o sofrimento, a fraqueza, a doença e a pobreza ao viver nesta terra.

No entanto nós vemos que Paulo em Romanos 8, fala da criação que geme v23-25, referindo-se não somente à natureza, mas também ao homem e, como consequência, aos crentes que fazem parte do mundo decaído e que também gemem interiormente suspirando pelo livramento.

Portanto a ideia central neste capítulo é que os crentes nesta terra 'gemem' pois conhecerão:

Sofrimento v18.
Doença e Fraqueza v26.
Perseguição, Fome, Nudez, Perigo, Espada' v35.
E Morte v36.

Como diz Paulo: 

"Por amor de ti somos entregues à 'morte' todo o dia: somos reputados como ovelhas para o matadouro. 

Mas Paulo diz também que pelo Espírito Santo temos esperança na glória futura v18-27 e por causa desta esperança nós somos mais que vencedores v31-37.
 
"Sabendo que todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados pelo seu decreto v28.

Conclusão:

Em minha opinião, as doutrinas extremistas de Bill Johnson sobre a Teologia do Reino Agora são heréticas e conseqüentemente ele e outros pregadores estão a pregar um outro Evangelho muito perigoso para as nossas igrejas.

Eu acho que para o bem do povo de Deus, os lideres das Igrejas deviam ter a coragem de confrontar e denunciar estes pregadores, em vez de fazerem acordos com eles, como muitos cristãos e líderes estão fazendo.

Não façamos alianças erradas, pensando que iremos desenvolver as nossas Igrejas. 

Lembremo-nos do Rei Josafá, que foi abençoado quando acabou com alianças erradas: 

2 Cronicas 20:30-37

30 E o reino de Josafá manteve-se em paz, pois o seu Deus lhe concedeu paz em todas as suas fronteiras. 31 Assim Josafá reinou sobre Judá. 32 Ele andou nos caminhos de Asa, seu pai, e não se desviou deles; fez o que o Senhor aprova. 

Mas, mais tarde ele fez uma aliança comercial errada com Acazias e vejam o que aconteceu: 

35 Posteriormente, Josafá, rei de Judá, fez um tratado com Acazias, rei de Israel, que tinha vida ímpia. 36 Era um tratado para a construção de navios mercantes. Depois de serem construídos os navios em Eziom-Geber, 37 Eliézer, filho de Dodava de Maressa, profetizou contra Josafá, dizendo: “Por haver feito uma aliança com Acazias, o Senhor destruirá o que você fez”. Assim, os navios naufragaram e não se pôde cumprir o tratado comercial.

Se quiser saber mais do que eu penso sobre as doutrinas da Terceira Vaga, Teologia do 'Reino agora', 'Domínio' Teologia, Evangelho da Prosperidade ... abra por favor o site em baixo:





5 comentários:

Gosto de escrever disse...

É verdade.
Metade do Livro de Atos está sob esse fator estranho.
E foi preciso ários empurrões divinos para sair dali.
Primeiro, um militar romano, um duro, um invasor, mas crente, e que procurava o Senhor...em Joppe. Atos 10.
Depois, outro empurrão divino foi chamar um "apóstolo" que não pertencia ao tradicional colégio apostólico galilaico : São Paulo. Quanto este não lutou... Ainda que tivesse ewscrito aos Romanos 1 :16 «...primeiro do judeu, e depois do grego...»
Outro maravilhoso empurrão"do alto" foi a visão de um mecedónio clamar ao próprio Paulo : «Passa à Macedónia e ajuda-nos !!» E daí o Evangelho passou à Europa, e ao Mundo !
Outros empurrões houve. por exemplo, a Reforma do séc. XVI. Etc.
Deus frequentemente "força" os cristãos a ir mais longe...

Pinheiro, Joao disse...

É verdade.
No Livro de Atos o Senhor teve várias vezes de "empurrar" os cristãos judaicos para os gentios.
Primeiro através de um militar romano, um duro, um invasor. Mas que era um crente. E ali Pedro teve de vergar...ao empurrão de Deus.
Depois foi quando o Senhor chamou um apóstolo que não tinha pertencido ao círculo apostólico galilaico : São Paulo, o apóstolo dos gentios...
E mais tarde este mesmo foi "empurrado" pelo Senhor quando da visão do macedónio :«Passa à Macedónia e ajuda-nos !» E foi assim que o Evangelho passou à Europa e ao Mundo !
E Deus usa frequentemente de empurrões à sua Igreja, como foi também o caso da Reforma do séc XVI... Etc.

Jeferson Martiniano disse...

Meu amado pastor Viriato, concordo plenamente com este Factor Estranho.
Gostaria que não fosse assim,mais desde o principio que a Igreja tem se omitido de cumprir o IDE de JESUS na íntegra. Por vezes temos esperado a perseguição... e fazemos quase que obrigado ou constrangidos... DEUS guarde e desperte sua Igreja. Vamos mesmo pregar o Evangelho completo. Parabéns pelo artigo e que muitos se apercebam desta verdade e se despertem. Jeferson Martiniano.

Tércio Silva disse...

Concordo plenamente. Infelizmente, muitas vezes somos negligentes. Devemos ser mais ousados e pregar a palavra de Deus em todos os momentos. Que Deus fortaleça a nossa fé e nos dê ousadia e para pregarmos no poder do Espírito.

Unknown disse...

Muito superficiais os seus argumentos. 

Se é que vc me da liberdade para descordar. Porque pelo que notei vc tem uma tendência teologica a se distanciar de tudo o que é divergente a sua linha de raciocínio!

Só digo a vc que a biblia de Deus nao foi feita para tomar o lugar do Deus da biblia. Alias, ela por si só gera morte (2 cor. 3:6).

Só fato do "verbo se tornar carne" deveria fazer com que a nossa perspectiva tbm mudasse!

Seguir a verdade é muito mais que seguir a leis, regras ou conceitos de verdade, mas sim seguir a uma pessoa. Jesus disse: "Eu sou O Caminho, A Verdade e A Vida" (Joao 14:6).

"A letra mata, mas o Espirito vivifica" (2 Corintios. 3:6).

A biblia não deve ser um fim em si mesma, mas ela é um meio. A biblia de Deus é como um trilho que nos leva ao Deus da biblia; ao Espirito que nos guiará a toda verdade (Joao 16:13).

Ter o Deus da biblia nos ensinando a propria biblia fará com que tenhamos uma abrangente e vivificante revelacao de sua própria palavra escrita.

Outra coisa, colocar a Doutrina da Prosperidade junto com a perspectiva de Reino Agora é ridículo!

Abraco!
Davi Begnini